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Grande ABC capta poucos recursos públicos para inovação

29/04/2025 - Na mídia

Foto Grande ABC capta poucos recursos públicos para inovação

Diário do Grande ABC | 18/04/2025 | Felipe Pozebon

O Grande ABC tem um forte legado industrial e um ecossistema de inovação com multinacionais, universidades e startups. Apesar do potencial econômico, a captação de recursos públicos para inovação na região ainda é limitada. Faltam governança e mais investimentos estratégicos.

Entre 2020 e 2025, a Finep destinou mais de R$ 15 bilhões para inovação no Brasil, mas apenas R$ 670 milhões chegaram ao Grande ABC. Desse valor, 70% vieram de dois projetos da Volkswagen, evidenciando a concentração dos investimentos na região. Isso reflete a necessidade de diversificação e maior apoio a iniciativas locais.

“É uma realidade preocupante: a captação de recursos públicos para inovação ainda é extremamente concentrada e subaproveitada por grande parte das empresas locais, inclusive as médias e grandes”, avalia o engenheiro Felipe Pozebon, líder de Inovação e Fomento do escritório Simões Pires.

De São Caetano, mas radicado em Santo André, Pozebon diz que, por já ser um polo industrial e tecnológico, o Grande ABC tem potencial para alcançar um protagonismo maior. Para isso, o caminho é fortalecer a articulação entre o setor produtivo, as universidades e os entes públicos locais, com o objetivo de estruturar os projetos de maneira alinhada às políticas públicas de fomento. Isso ampliaria as oportunidades de acesso a financiamentos reembolsáveis e não reembolsáveis da Finep, aos fundos do BNDES e a parcerias com institutos de Ciência e Tecnologia.

“A inovação hoje exige mais do que competência técnica — envolve também a mobilização de recursos, a construção de governança e a capacidade de transformar boas ideias em projetos estruturados. O Grande ABC, com toda a sua força industrial, tem espaço para avançar ainda mais nesse caminho”, afirma Pozebon.

O atual cenário macroeconômico aumenta a dificuldade de quem precisa de capital para inovação, alerta o engenheiro. Ele ressalta que a taxa Selic, hoje em 14,25% ao ano, com projeção de chegar aos 15% até o fim de 2025, impõe um alto custo de capital para os investimentos produtivos, o que limita especialmente a viabilidade de projetos com longa maturação, como em setores de base tecnológica, infraestrutura e sustentabilidade.

É aí que entram, segundo Pozebon, o recuso os fundos de fomento estruturados de Finep e BNDES, com linhas de crédito a partir de TR + 2,5% ao ano, carência de até 48 meses e prazos de amortização de até 240 meses. A vinculação à Taxa Referencial (TR) dá previsibilidade financeira, que, em ambientes econômicos voláteis, é um parâmetro crítico para a decisão de investir, diz Pozebon.

Mais de R$ 8,8 bilhões estão disponíveis em chamadas públicas abertas para projetos voltados a áreas estratégicas como agroindústria sustentável, transformação digital, saúde, bioeconomia, mobilidade, descarbonização, cadeia automotiva e defesa, contabiliza Pozebon. Os recursos podem ser usados para a criação de centros de pesquisa, plantas piloto e até em cadeias industriais complexas.

“O que pode impulsionar mais a região é uma mudança de estratégia por parte das empresas. O Grande ABC reúne todos os elementos para ampliar seu protagonismo na captação de recursos públicos voltados à inovação. O desafio está em transformar esse potencial industrial em projetos bem estruturados, com governança sólida, colaboração entre os atores locais e alinhamento às diretrizes das políticas públicas”, afirma Pozebon. “Inovar é também um ato de posicionamento estratégico, e o Grande ABC tem todas as condições para assumir um papel de destaque nesse cenário”, completa.

 

Veja também: Um paradoxo do Grande ABC: potência industrial e baixa captação de recursos públicos para inovação
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