Publicações
Amanda Faria | Sócia Direito Imobiliário e Contratos
A decisão do Copom, publicada no último mês, de aumento da taxa Selic em 1 ponto percentual — alcançando 14,25% ao ano, o maior nível desde 2016 — veio acompanhada da sinalização de um possível abrandamento nas próximas altas.
Essa movimentação possui implicações relevantes para o mercado imobiliário brasileiro.
Com o crédito mais caro, espera-se uma redução na demanda por imóveis — especialmente empreendimentos comerciais e novos lançamentos. O aumento das taxas de financiamento pode afastar potenciais compradores, levando a uma desaceleração nas vendas.
Paralelamente, os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) também tendem a ser impactados. Taxas de juros elevadas tornam aplicações de renda fixa mais atrativas, o que leva investidores a redirecionar recursos para alternativas de menor risco e maior rentabilidade.
Por ora, esse cenário pode resultar em menor captação de recursos para o setor imobiliário, reduzindo seu dinamismo e afetando o crescimento do mercado.
O Copom indicou que, na próxima reunião (prevista para maio), poderá realizar um ajuste de menor magnitude na Selic — desde que o cenário econômico evolua conforme o esperado. Essa sinalização pode trazer algum alívio ao mercado imobiliário no médio prazo, caso ocorra uma estabilização ou redução gradual das taxas de juros.
Considerando os desafios do setor, é essencial que os agentes do mercado adotem estratégias adaptativas, busquem alternativas para mitigar os impactos negativos e se preparem para possíveis mudanças no cenário econômico.
Veja também: Operações Indiretas na Importação e Possíveis Mudanças com a Reforma Tributária